quarta-feira, 19 de março de 2008

Caminhos Espirituais - Entre Um pai e Um Filho

 

Quando terminou o culto naquele domingo, uma aluna minha e sua mãe me esperavam na saída da igreja... Tínhamos combinado que eu iria orar em casa da mãe, depois que as recebi na minha casa, na sexta anterior. Uma briga doméstica fugiu do controle, e pai e filho, agrediram-se um ao outro.

Na ocasião eu recebera o rapaz transtornado e ensangüentado; oramos e Deus o visitou com paz e domínio próprio, dissipando toda ira e espectro de morte. Agora, eu e a líder de intercessão da igreja, visitaríamos ao pai.

Quando chegamos lá, fomos bem recepcionados e ele se assentando, foi logo me deixando à vontade pra falar.

Enquanto tomava um copo d'água, eu relacionava nossa presença ao recente infortúnio familiar. Fui discorrendo por assuntos entre as alegrias e as tristezas da vida que insistem em nos mostrar Deus como única solução, e ao longo da conversa, chegamos na afirmação que Deus deixa que o homem escolha seu próprio caminho; então abrimos nossas bíblias em Pv. 16 e fomos lendo: "Do homem são as preparações do coração..." Deus dá liberdade ao homem de até mesmo não o querer - continuei; o que não podemos, é usar desta liberdade para descartá-lo! Porque como continua o Vs. 01, "...Mas a resposta certa vem do Senhor".

Podemos até escolher o caminho, mas não podemos mudar o seu destino; porque ao contrário do que dizem por ai, todos os caminhos não levam a Deus; e embora muitos digam: "eu faço meu próprio caminho", ninguém pode dizer que faz seu próprio destino. Todo rumo tem seu horizonte específico; pois quem escolhe um caminho, o escolhe por causa de seu destino.

A propósito, me ocorreu uma entrevista de Paulinho Moska, roqueiro da década de 80, a Jô Soares, ainda no seu Talk Show do SBT, onde afirmou ser mais importante na viagem, o percurso e não o destino. Disse, em alusão à sua filosofia de vida e sua postura pessoal quanto a seu caminho... Eu, cá comigo, creio ser irresponsabilidade ressaltar o prazer de viver algumas décadas à sua própria maneira, formando opinião em detrimento das conseqüências eternas de escolhas feitas por benefícios efêmeros.

Mas de volta àquela visita, deixei a oportunidade livre, mas ele, o anfitrião, se pois a me ouvir dizendo que sua condição não era de falar; então continuei ressaltando o versículo 02: "Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o Senhor pesa os espíritos".

Então afirmei: podemos escolher caminhos errados por parecerem certos aos nossos olhos; então, teremos que chegar a uma conseqüência perpétua atrelada à nossa escolha.

Há espíritos a serem pesados em cada caminho a ser trilhado. No livro de Daniel, o rei Beltessazar recebeu a seguinte sentença sobre a condução do seu reinado: "Pesado foste na balança e foste achado em falta." Ele, rei da Babilônia, viveu sua vida à revelia de Deus e dos profetas; mas agora, uma mão sobrenatural na parede lhe fazia entender, que o espírito do homem certamente experimentará o produto da opção de rumo que deu para sua própria vida. É a balança de Deus; e isto ninguém pode evitar!

Eu continuei nessa argumentação, até perceber que conseguira meu intento de deixar bem claro, que caminhos naturais levam às conseqüências espirituais; que o plano espiritual sobrepõe-se ao natural.

Enquanto eu e a intercessora que me acompanhava, orávamos por aquele homem, eu tive a absoluta certeza de que o Espírito Santo o fazia perceber que as implicâncias de seus caminhos, agora exigiam uma resposta de intervenção espiritual; por isso, estávamos ali.

Quando dissemos amém, algo no reino espírito aconteceu... O arrependimento era invisível, mas perceptível; agindo na consciência como um filme sendo rebobinado, os olhos daquele pai até então, atormentado, agora demonstravam alívio e gratidão.

Hoje, algumas semanas depois, pensando naquele momento enquanto nos despedíamos, ao apertar a minha mão, ele parecia dizer:

- Obrigado pela informação; vou pegar o retorno e voltar até a rotatória e seguir pelo caminho certo.

Eu cá com minha mente fértil, respondo:

- De nada meu amigo; boa viagem!

Por E.H.S. Kyniar

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