Eu gostaria de exercitar melhor
minha confiança nas pessoas, mas a verdade é que é mais fácil eu confiar em mim
mesmo. É que não acredito no sacrifício que flui das minhas convicções quando
se trata da minha expectativa no que se refere ao alheio, por que cada um se
sacrifica de acordo com sua idéia de sacrifício e ponto final. Veja bem, eu
digo idéia e não princípio, por que embora semelhantes, farei diferença entre
ambos os termos:
A idéia de sacrifício vem da noção
pessoal diante do conceito real do sacrifício, o que leva o indivíduo a uma
autocobrança que o exige até o ponto auge do seu entendimento ou da sua
disposição. Em outras palavras, as pessoas têm idéia que estão se sacrificando
baseadas no que conseguiram entender a respeito de sacrifício ou no tanto que
se dispõe a se sacrificar.
O principio do sacrifício vem pela
abnegação ou renúncia auto-imposta o bastante para que se atinja o objetivo
desejado. Sem o resultado requerido não há sacrifício que seja aceito. Por
tanto, cabe aqui ressaltar que a idéia de sacrifício é como anestesia para a
dor da culpa de omissão, é como descanso para o peso da consciência e como uma
desculpa que se pode alegar: “Eu fiz o que pude e já não posso mais”. Mentira
do diabo! A palavra do Senhor diz que podemos todas As coisas em Cristo que nos
fortalece (Filipenses 4.13);
e sempre imaginamos que as maiores de nossas impossibilidades é vencer nossos
inimigos, quer sejam naturais ou espirituais; sem nos apercebermos que o maior
inimigo de nossas mentes, é o nosso pensamento de autopreservação que nos
impede de nos doarmos mais pelos nossos próprios objetivos de vitória.
Essa idéia equivocada que de que já
fizemos muito por alguma coisa, nos tira do foco e nos rouba o ritmo, a gana e
a paixão de uma forma tão mórbida que nos tornamos convencidos de que nossa
inércia é um reconhecimento da vida de que já fizemos por merecer um
descanso... Já ouvi dizerem: “Quando o crente tira féria o inferno faz hora
extra”; e muito embora seja uma analogia da classe operária dos anos 80 no
Brasil, é verdadeira até hoje, e faz sentido na tua aplicação no âmbito da
nossa fé e nosso ministério.
Sabe
aquela síndrome do pânico? É pior, e é espiritual! É uma síndrome da
desistência no meio da carreira! Citando
novamente o apóstolo Paulo, ele escreveu: Corríeis bem; quem vos impediu, para que não
obedeçais à verdade? (Gálatas 5 : 7) O atleta que
corre sabe que deve se exigir ao máximo! Não dá pra correr certa distância e no
meio da competição dizer: “Eu já corri o suficiente.”, por que qualquer que se
propõe a correr sabe que só a chegada é suficiente, e nada antes disso. Esta é
uma verdade que não se pode contestar, a de que da mesma forma que o corredor
vai se exigir ao máximo para cumprir seu propósito, nós devemos nos levar ao
extremo sacrifício para cumprir o propósito de Deus nas nossas vidas. Foi para
isso que Ele nos gerou em Cristo! Para que gerados pelo sacrifício de quem não
se negou em nada, possamos também semelhantes a Ele, não nos negarmos pela lei
do menor esforço.
Este é o princípio do sacrifico que eu acredito e
tenho tentado colocar em pratica na minha vida.. Tenho me doado pelo reino de Deus, pela sua
igreja e pelas pessoas, e tenho esperado que meus companheiros de fé, da mesma
forma se sacrifiquem como eu.. Ledo engano o meu! Ninguém quer se sacrificar
assim... Ninguém quer deixar suas coisas para fazer as coisas de Deus; ninguém
quer esquecer-se de si um pouco para se lembrar do próximo; ninguém quer buscar
aprimorar-se pra suprir a carência do irmão; ninguém quer acreditar no próximo
por causa do seu próprio esforço por si mesmo... Ninguém.
Quanto a mim, vou seguindo, levando a minha cruz,
por que sei que esta é minha parte; e sempre na fé contra a esperança que de
apenas eu, aqui, me sacrifique.
Eu? Eu sou Kyniar
Um sacrifício ambulante.