terça-feira, 27 de setembro de 2011


S a b a d o r e! Apresenta



Atmosfera de Adoração


Pra. Érica Lopes e Banda
Ministérios Aliançados
Pr. E.H.S. Kyniar
Pr. Reginaldo Farias




Dia 24 de Maio das 9:00 as 18:00



Inscrição: R$ 5,00 Bco. Santander Ag. 0577 C/C13000913-0
Almoço: R$ 5,00 - Reservas até dia 14 de fevereiro
Local: Igreja Unida em São Matheus – C/ estacionamento Grátis no local
Endereço: Avenida Mateo Bei, nº 01; São Matheus.
(Próximo à Avenida Aricanduva com Rio das Pedras).
Informações: 0**11- 6115-2611 (telefax) - 6867-5009 ou 73468988

Realização: Ministérios Aliançados de Louvor Adoração & Artes Primeira Igreja Unida em São Matheus
Apoio: SIM – Sacerdócio da Integração Musical
Convenção Unida Brasileira

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Legados Vivos Lendas Mortas

Num desses passeios de curiosidade pela web me deparei com uma temática que gostaria, aliás, eu já deveria ter pensado antes; mas a verdade é que precisei ser despertado por Kenny Conley, um pastor da Gateway Church em Austin no Texas. Alguém de certo ministério infantil de nome Celeiro, comentava de Conley e sua felicíssima idéia de explorar uma dissertação sobre ser lenda e/ou deixar legado. Amo quando uma idéia me toma a mente e se desenvolve em meu raciocínio como aquelas meninas que de tão amigas já se entendem só pela menor menção do sinal; compreendi Kenny Conley sem nem mesmo ler o que escreveu.
Lembro-me de uma frase que foi dita na Igreja Batista Novas de Paz, na ocasião de minha infância, quando o conjunto musical Som Maior veio pela primeira vez a nossa igreja, anunciava um dos integrantes antes de mais uma canção: “Enquanto Dalva de Oliveira canta para o mundo, sua irmã canta para Deus!”
Conhecida como “Rouxinol Brasileiro”, mas também chamada de “Rainha da Voz”, Dalva de Oliveira Viveu o apogeu de sua carreira musical, por pelo menos 40 anos. Pela grandeza de seu vulto como figura artística, teve sua vida retratada pela Rede Globo na Minissérie “Dalva & Herivelto” protagonizada pelos atores Fábio Assunção e Adriana Esteves. Quem em sã consciência dirá que Dalva não se tornou uma lenda? Dalva foi a intérprete de ”Brasil” de Cabral, Lacerda e Alves na década de 30; “Véspera de Despedida” versão de Alberto Ribeiro e João de Barro na década de 40;“Há Um Deus” de Lupicínio Rodrigues, na década de 50, junto a Tom Jobim;“Errei, sim” e “Fim de Comédia” de Ataulfo Alves na década de 50; até “Rancho da Praça XI” de Chico Anysio e João Roberto Kelly na década de 60, e por fim, “Bandeira Branca” de Laércio Alves e Max Nunes na década de 70. Uma verdadeira lenda que ficou conhecida como a “Rainha do Rádio”.
Haverá os que já entendem o que estou dizendo e dirão que Dalva de Oliveira é mais que uma lenda! Que a discografia e a história da cantora, e enfim seu filho o cantor Pery Ribeiro, se constituem num grande legado; e até certo ponto, estarão certos os que advogarem contra minha lógica. Entretanto sobrepujo a idéia de um mero legado artístico com a convicção de que o maior legado de uma pessoa é a reprodução do seu caráter e a continuidade de suas posturas por aqueles que se postaram como mais do que fãs ou admiradores, mas como a geração oriunda das propostas reveladas pelo exercício de alguém que não quis ser apenas uma lenda que depois faria muita falta, mas quis ser gerador de um legado perpetuado além da sua existência.
Já a irmã de Dalva de Oliveira (nem posso comprovar este grau de parentesco – digo apenas o que ouvi na minha infância e nunca esqueci), a cantora integrante do grupo evangélico Som Maior, desta nem sequer temos o nome, entretanto, conheço o seu legado. Conheço pessoas que foram edificadas pelo som de sua voz! Posso dizer que eu próprio, me projetei pela área musical, inicialmente alimentado pelas canções deste grupo. O legado dessa cantora, a irmã da lenda, não trata da musicalidade, embora esta não esteja ausente! Trata-se da postura de quem Vê seu fim em Deus; digo fim em dois aspectos elementares:
O fim da finalidade, que diz respeito ao objetivo da nossa atividade, o alvo do exercício de nossa existência, o comprometimento da nossa alma naquilo que fazemos. Isto pode se bastar no evento que produz a lenda, ou o evento manifesta uma intenção que produz legado. Muitos ministros do evangelho atualmente estão atrás das oportunidades. Estes oportunistas sonham em se tornar verdadeiras lendas. Há, todavia, aqueles que quando usam da oportunidade, se calçam na estratégia de alcançar a alma de alguém, a ponto de preferirem que não se esqueçam daquilo que propuseram, ainda que eles próprios sejam esquecidos. Ainda existem os que se esquivam das atribuições legendárias para que invisivelmente possam ter êxito em imprimir nestes tempos um legado visível. Gente assim não corre atrás de oportunidades, mas sim se esforçam para possibilitar estimulantes resultados.
O outro aspecto do fim é o fim da idade. Neste caso devemos sempre ter em mente a nossa humanidade e nossas limitações físicas; ninguém é eterno nesta terra, e devemos em toda nossa proposta caminharmos cientes de que podemos ser fatidicamente interrompidos em nosso exercício de vida, ou mesmo delimitados por parâmetros impostos por uma enfermidade, e até mesmo que pelo desgaste natural da idade se avançando, todos temos que refletir a respeito do fim. Uma das formas mais legítimas das pessoas se perpetuarem, é pelos seus filhos; alguns levam mais que sobrenomes, levam posicionamentos, levam na herança lições de uma vida de exemplos, um verdadeiro legado. Não há nada errado em ser filho de uma lenda, não fosse pelo fato de que sempre os estigmas dos pais perseguirão aos filhos. Julian o filho de John Lennon teria tido um tratamento menos rigoroso da crítica americana se não fosse filho do Beatle. No Brasil, Rafael Braga, que nem canta bem nem canta pior do que muitos ícones consagrados da música, achou melhor desistir da banda de rock que lançou... Afinal é filho de ninguém mais ninguém menos que Roberto Carlos. É o estigma! É o pior legado que uma lenda pode deixar para seus filhos.
Cientes de que certo é o fim, o que nos leva além da nossa morte é o esforço de deixar para a vida, algum valor que represente nosso caráter. Se nos posicionamos a emitir estímulos de um legado para nossos filhos, podemos até ser lendas vivas, mas não podemos esquecer que lendas morrem, entretanto, legados não morrem.
Então se uma pessoa vê seu fim em Deus, sua demanda de ser lenda se finaliza em Deus também; e em Deus mesmo, se inicia o legado de Cristo que se projeta em nós.
Eu particularmente penso que há dois tipos de pessoas que se tornam ministros de Deus. Ambas recebem uma gama de unção e valores de Deus e são verdadeiramente canais de benção para a igreja. Entretanto, um gênero de ministro se entende como uma espécie de celeiro das coisas de Deus, este ministro acaba por se tornar um administrador dessas coisas de Deus, racionando as ministrações conforme lhe convém, até que quando morre, como tudo estava nele, este se torna uma lenda. As gerações o conhecem, mas já não são abençoadas pela lenda.
Outro gênero de ministro, no entanto, não armazena em si as coisas que recebeu de Deus; se entende como canal e se permite esvaziar, se tornando seus alvos enriquecidos com as coisas de Deus. Quando um ministro assim morre, não tem funeral de lendas por que não reteve as coisas de Deus em si; agora, aquelas coisas de Deus que sofreu e liberou, se constituirão no seu legado. As gerações nem o conhecerão, mas viverão sua ministração de benção.
Enfim, o grupo Som Maior já não canta mais... Alguns até já morreram... Dalva de Oliveira também já morreu; eu, contudo estou vivo e percebendo o que aquele ministro disse antes daquela canção começar 40 anos atrás:
Enquanto Dalva de oliveira é uma lenda para o mundo, sua irmã deixa seu legado em Cristo.
Eu entendi pastor Kenny Conley! Eu entendi!!!
Por Pr. E.H.S. Kyniar
Primeira Igreja Batista em Fernandópolis
Arsenal – Ministério da Guerra
Aliança de Ministros 7001

sábado, 3 de setembro de 2011

Entre a Fé e o Cachê

Embora haja ministros mais experientes, eu tenho umas décadas de ministério o suficiente saber o que é sair de viagens fazendo backing vocal pra um ministério sério e depois de duas ou três semanas voltar com um montante insuficiente para manter a família.
Existem duas coisas a pensar: A igreja não está disposta a abençoar seus próprios músicos e ministros, mas se descabela para trazer um nome conhecido de outro estado ou cidade, para abrilhantar a programação; ainda que seja verdade que muita gente comprometida com Deus viria por bem menos (até de graça), mas não traria uma multidão como alguns nomes.
No entanto a armadilha é que para as pessoas serem arrebanhadas, geralmente tem que se abrir mão do critério de santidade ou ainda da própria identidade local da igreja, mas tudo em prol de um evento especial.
Cansei de realizar boas programações com gente séria e de Deus, fazendo sacrifício para honrar o ministério e a vidas destes ministros, mas pouca gente apareceu; sabe por quê? Por que apesar de todo crente saber que o que importa é se Deus está “usando o vaso”, marketing e aparência dizem tudo neste século XXI. As pessoas não estão interessadas em ir "para o lugar que Cristo tem nos preparado", estão interessadas em "comer o melhor desta terra".

Isso acontece no comportamento da igreja de hoje por que o crente não vai mais a igreja para se aproximar de Deus, e sim para alcançar o que Deus pode oferecer. É aquela coisa de "Não basta ver a tua face, me importa o que tuas mãos tem para me abençoar" – A Lei de Gerson.
Houve um tempo em que por mais de 10 anos, na minha juventude, nós da banda MERC (LP "Valores" em 1989), rateávamos os custo de transportes para que a cada sábado, estivéssemos cantando em alguma igreja, e quando tinha um lanchinho, a gente já se sentia honrado; quando vendíamos um LP então, era uma grande benção.
Desde aquele tempo, maus pastores arrecadavam ofertas que não repassavam para os ministros convidados, cobravam ingressos acima do valor estipulado ou repassavam um percentual menor do que o combinado, aí então, não tem músico que tenha sangue de barata né? Já fui ministrar em igrejas que me prometeram muito e não cumpriram nada e depois fica aquela situação de cobrar o pastor ou de perdoar o irmão... Tem lugar que nem muito obrigado. Se me convidaram a mim, com tanta gente "boa" no país, é por que reconhecem o que Deus tem na minha vida ou vêem em mim um "palerma" abençoado que vai sair barato.
Eu no meu caso soube esperar o tempo de Deus para minha vida, mas eu sou um servo discipulado e ensinado desde a infância; minhas decisões são expressões de um caráter forjado por autênticos servos de Deus, sob os quais me coloquei desde a minha meninice. Mas, e aqueles que são tiveram a mesma escola que eu? São abençoados, mas não têm os mesmos critérios, nem desenvolveram a mesma fé. Destarte eu creio que aí vão existir alguns que em contrapartida a essa falta de chão, vão para o exagero de estipular preço em sua unção, para não correrem mais o risco que deixar desguarnecidas suas expectativas de sustento ministerial.
Hoje em dia acabei por adotar um posicionamento de equilíbrio e eticamente correto: Não imponho preço (aliás nunca o impus), mas deixo claro as necessidades de transporte, alimentação, hospedagem, além de minha natureza como terra fértil que espera uma semente de amor que me seja por provisão ministerial. Tenho sido surpreendido por Deus neste meu posicionamento, que, aliás, gente "grande" que eu tenho por referência, também adota.
Outra coisa é o trabalho profissional como músico que é muito controverso.
Tanto compositores como músicos de estúdio abrem mão dos seus direitos por falta de esclarecimento ou simplesmente por relaxo e procrastinação, o que os mantém em certo ou até profundo ostracismo.
No caso dos compositores, no meio evangélico existe uma falta de critério que vai desde confundir amizade com profissionalismo até a sonegação arbitrária de direitos e participações. Caso não se saiba, a menos que a lei mudou e eu estou desatualizado; de cada CD ou DVD vendido, é devido ao(s) autor(es) "pelas autorizações das obras, por convenção e não por Lei, atualmente 9,17% sobre vendas, provadas por Nota Fiscal de saída" [citação de Jorge Melo]. É claro que este percentual é o montante que deve ser dividido pelo número de faixas impressas e distribuído proporcionalmente pelos respectivos autores das faixas; isto se chama resgate dos "Direitos Autorais".
Se meu amigo quer construir uma casa e deseja usar meu terreno, precisa falar comigo e então vamos lavrar um contrato, de arrendamento ou aluguel, por que apesar de a construção ser de meu amigo, o terreno é de minha propriedade. Mesmo assim é cada música que se compõe: Uma propriedade intelectual.
A lei brasileira dá respaldo para o compositor, mas a verdade é que a maioria dos compositores brasileiros acaba por abrir mão de seus direitos por desconhecimento ou por não buscar orientação de como proceder na cessão de um fonograma.
Outra coisa são as rádios, que cobram um "jabaculeco" opressor para tocar a música de um ministro abençoado, emergente ou ainda desconhecido, e às vezes dão bônus de execução para outro ministério de grande renome que até poderia pagar, mas sabe que o play list dessa rádio será mais enriquecido com a presença de sua música. Resultado: Já é errado cobrar dessa forma, mas quem pode pagar não precisa e quem não pode se não pagar não toca.
No entanto se ainda assim, essa rádio recolhesse a taxa de execução devida ao ECAD - Órgão incumbido da gestão sobre as taxas devidas pelas rádios, televisões e canais tele-auditivos, bem como também as organizadoras e promotorias de eventos fechados ou abertos, quando executam qualquer fonograma em mídia impressa, regravada ou ao vivo (mesmo quando pelo próprio artista autor), isso faria com que o "Direitos Conexos" chegassem a quem lhe é devido. Como assim?
Quando você participa de um CD seja em qualquer função ou papel musical e seu nome figura de alguma forma, na ficha técnica, você deve procurar na sua cidade uma representação da ABRAMUS, SOCICAM ou a AMAR (existem outras também), e se filiar para que teus direitos autorais e conexos sejam redirecionados para você. Assim, toda vez que uma rádio paga a taxa de execução da música em que você teve qualquer participação, essa taxa que o ECAD recolhe é repassada para a representação habilitada na qual você se filiou, e assim dividida por todos que participaram dessa música, a tua parte chega até tua conta.
Por fim, quem fazer a lição de casa, de grão em grão, a galinha de fato enche papo. A coisa parece pouca, mas é por isso que algumas produtoras estão engordando o faturamento por que seus contratados não estipulam por contrato seus Direitos Artísticos, os compositores não reclamam Direitos Autorais, nem os músicos vão atrás de suas Regularizações e Representações.
Resta o que? Cobra-se um advance (tipo um adiantamento de segurança por estimativa de direitos futuros) quando alguém se dispõe a pagar ao compositor, ou um cachê de quantia média estipulada para se manter a proposta do ministério pelos eventos. Um ministro que se organiza na sua atividade (digo principalmente neste ramo musical, embora o mesmo princípio se aplique em outras áreas), este ministro será munido dos recursos pertinentes pelos quais será mais resolvido financeiramente; e enfim, quando solicitado pela igreja local, será menos exigente, por causa do contentamento que já desfruta na sua experiência pessoal.  
Mas a realidade que não posso evitar expor é que alguns ministérios, mesmo inconscientemente, passam a ser motivados pelo próprio poder de extração de valores por agenda e a motivação do reino de Cristo se torna secundária; são aptos para abençoar, mas expõem a própria unção à controvérsias, por causa do dinheiro. Contudo há muitos daqueles que abrem mão das quantias exorbitantes para que mediante a fé do suficiente, possam levar uma proposta abençoadora para a igreja local segundo o Espírito Santo norteou seus ministérios... Esses, genérica e infelizmente são secundarizados pela mesma igreja local que se diz explorada por uma classe de “artistas” do meio gospel.
Faltam fé e coerência bíblica por parte de alguns; falta conversão por parte de outros; falta dízimo, ofertas e renúncia por parte de uma classe de crentes que exigem fidelidade dos outros, mas que não são fieis em suas igrejas (a igreja são seus membros – membros sem generosidade consequentemente formam uma igreja que não é generosa); falta submissão à palavra de Deus e sujeição em relação aos seus pastores; faltam visão e direcionamento de Deus em alguns ministérios. Bem, falta pouco, mas para alguns ainda falta muito.
Muita coisa envolvida e pouca coisa resolvida; mas ainda acredito que você e eu possamos fazer a grande diferença no meio desta geração.

Diante do Cordeiro

E.H.S. Kyniar
Pastor da Primeira Igreja Batista em Fernandópolis
Arsenal – Ministério da Guerra
Aliança de Ministros 7001

Adoração Relevante

Foi uma dessas vezes que eu discorria a bíblia em um texto conhecido que me deparei na chamada de Isaías (Is. 06.01-08). Não via nada de novo ali; Afinal crescendo no meio evangélico e habituado às escolas dominicais, Já ouvira de tudo em aspectos distintos e reveladores sobre o tão explorado fato de Isaías entrar no Templo e ter sua famosa visão. Não fora o caso de Deus ter mudado a minha ótica, eu jamais veria algo novo me estalar aos olhos: Isaías não foi ao templo para ter uma visão! Não pelo menos na sua motivação. Por mais que quisesse e precisasse ter uma nova experiência com Deus, sua intenção ao se dirigir ao templo era adorar. Qual quer pessoa que vai a um templo vai a busca de seu objeto de adoração; direta ou indiretamente, vamos à igreja para adorar a Deus, mesmo quando não temos essa primeira intenção, algo em Deus ou nos que são d’Ele, nos atrai, então de algum modo estamos comprometidos com adoração devida a Deus. É o caso da pessoa que ainda não se converteu, que participa da sua célula ou de uma celebração em nossa igreja pela primeira vez: Senta, ouve, fica em pé, bate palma, canta, participa como todos os fiéis convertidos... Numa visão elementar, ele adora como eu e você; Afinal ele sabe que entrou numa casa ou numa igreja de adoradores do Deus Vivo! Aleluia!
No entanto O Deus Vivo, Único e Verdadeiro, requer que a adoração Lhe dirigida, seja relevante a ponto de Ele, O Todo poderoso, aceita-la, e também relevante a ponto de mudar a vida de quem O adora. Enquanto eu lia o Capítulo 06 de Isaías, o Espírito Santo parecia sussurrar em meu espírito: Isaías entrou no Templo para adorar, e a sua adoração foi relevante a ponto de atrair para o seu ambiente a presença de Deus, e a Shekinah foi tão intensa a ponto de mudar a trajetória ministerial de Isaías. Ah! Como eu preciso de uma experiência assim.
Já há mais de uma década Deus começou mudar minha motivação musical. Não foi um processo fácil, tão pouco rápido; aliás, foi paulatinamente que me flagrei bem diferente daquele individuo que sonhava com inúmeros shows e filmes, sendo ovacionado por uma incontável multidão. Foi naquele período de reciclagem íntima, que o texto de Ec. 12.01a passou ter outra conotação para mim. O Espírito Santo insiste desde então, em traduzir no meu espírito, “Mocidade” por “Virgindade”, nos arremetendo que o “Criador” é na verdade, o Verbo (Jo. 01.01-03) que se fez carne (Jo. 01.14), e se deu a conhecer como Jesus, O Cristo, a Quem seu primo precursor João Batista, o chamou de “Noivo” (Jo. 03.29). Ora, todo noivo quer ser honrado com a pureza da noiva; e Jesus nosso Noivo, não é diferente. Isto sem pensar que o Verbo é Deus desde o princípio (Jo. 01.01), e Deus é o Pai; E como Pai do Noivo, há um certo aspecto em que Deus é o Sogro. Todo sogro espera da noiva, o melhor para seu filho o noivo; Deus não é diferente. O entendimento disto mudou a trajetória do meu ministério musical; assim, de apresentações especiais numa concepção litúrgica, passei a caminhar rumo a ministrações espirituais numa unção profética. Se é que me permitem a rima. Enfim, mudei. Senti que precisava ser relevante o suficiente para despertar a paixão do Noivo e ser propício para os planos do Pai do Noivo.
O que é relevância? Relevância se diz do que tem importância ou se faz necessário. Do que altera perspectiva ou se ressalta em algum aspecto, em relação ao plano situacional. Desde que entendi isto, venho sentindo que nossa adoração deve ser assim: Adoração Relevante! Mas o que é adoração? Aprendi com Marcos Witt durante o seu primeiro seminário realizado em São Paulo, que a palavra adoração no grego é “Proskuneos” que quer dizer “Prostração”, e pondero que nosso corpo tem características que facilitam a prostração. As peles de nossas palmas, joelhos e cotovelos são mais resistentes que o restante da superfície de nosso corpo; e até a dureza de nossa testa permite juntamente com os membros citados, um contato contínuo com o chão. Parece que o nosso Criador nos queria prostrados. Nosso corpo foi projetado com características que facilitam a adoração. Experimente parar a leitura agora, se por de joelhos, se dobrando pra frente pondo cotovelos, palmas e testa no chão. A adoração fluirá do íntimo; por que fomos criados pra isto.
Tenho recebido de Deus, que a adoração pode ser “Bilateral” ou “Unilateral”: A adoração é unilateral quando uma figura “não revela”, mas anula a outra. É como se um não tomasse conhecimento do outro, ou como se o outro ignorasse a inexistência de um. Muitos adoraram assim... Chamo um primeiro caso dessa unilateralidade, de egolatria. É o pecado da apostasia quanto a Deus. Não podemos ignorar que Deus está no Templo, Isaías não fez assim; Antes, sua adoração chamava a presença e a shekinah do Todo-Poderoso. Não podemos nos esquecer também que somos templo do Espírito Santo e que Ele não só deve residir em nós, mas deve presidir a nós. Mas muitos deixam o ego se inflamar e acabam contraindo “adorite” - termo nosso, uma adoração infeccionada que pode se generalizar e levar a morte espiritual. Sorte a de Nabucodonozor ter depois de sete anos infectado pela “bactéria do ego” (Dn. 04.29 e 30), ter tomado conhecimento de Deus e ter se arrependido de sua auto-adoração.
Num segundo caso dentro daquela equivocada unilateralidade na adoração, está a idolatria que retrata por sua vez, a revelia quanto ao homem por parte das pretensas divindades (diferente dos que são manipulados na adoração a malignidade de Lúcifer, pois embora estejam também à revelia do diabo, o seu deus, ele é o deus deste século e tem consciência disto, e de maneira geral, quem o adora o faz conscientemente - falaremos disso em outra ocasião). É que na verdade os deuses que os próprios homens criam e admitem em suas culturas ou absorvem em seus folclores, não são por si só, entidades reais; e por não existirem de fato como entes pensantes, estes ídolos são apenas um conceito que é postado como objeto de culto que não tem nem se quer consciência de sua própria existência, quanto mais que existam adoradores que o imputa o “status” de deus. Assim era Baal em relação aos 450 profetas (1 Re. 18.26-29), por existir apenas na mente de seus adoradores, não podia agir como uma providência externa. Como uma neurose inexplicada assim é a idolatria na vida dos enganados que a praticam.
É bem verdade que existe outra situação a ser abordada em relação à idolatria, pois, apesar dos mitos das civilizações serem adorados sem terem consciência alguma, nem de si próprios nem de seus adoradores, a idolatria em si consiste para satanás, numa conveniente dispersão dos homens em relação ao Deus verdadeiro. Para o inimigo, se alguém pratica idolatria, mesmo perante um deus inexistente, já desviou o seu coração da verdadeira adoração; destarte, há os satanistas que adoram conscientemente a satanás, e os idólatras que embora involuntariamente, também adoram a satanás, porque este se camufla na imagem dos seus falsos deuses (1 Co. 10.19-20).
Mas Isaías nos mostra outra prática de adoração: A adoração bilateral; Aquela quando tanto o Adorado como o adorador, vê relevância na adoração. È bom para quem adora, e é bom para quem é adorado. De uma fora genérica é relevante para os dois lados. A relevância para Deus está em ter suas expectativas respondidas (Is. 06.08). Não se trata apenas de ser adorado, mas de enviar respostas a adoradores aflitos, de lançar palavra profética a corações sedentos por mais de Deus. Trata-se de alcançar a adoração daqueles que ainda estão na unilateralidade infectados pelo ego ou na neurose dos ídolos. Deus quer que seus adoradores se disponham a ir conquistar novos territórios e assim voltarem ao lugar da adoração apresentando uma nova geração de adoradores. Filhos com a mesma motivação e disposição de ir.
Alguma vez na vida você já disse a Deus: “Eis-me aqui; envia-me a mim?” Isto seria fruto de uma adoração totalmente relevante para Deus. A Adoração Bilateral tem para Deus a relevância de um Profeta. Eu e você temos que ser motivo de levar Deus a pensar assim: Valeu à pena criar e investir dons e talentos no Homem.
Isaías também foi beneficiado pelo fato de adorar a Deus. Esta é a vantagem da adoração bilateral: Seus benefícios envolvem também a sua relevância para o adorador (Is. 06.07). Devemos lembrar que o adorador sempre que é confrontado com a santidade exposta de Deus em sua shekinah, vê o seu pecado ressaltado (Is. 06.05). Por isso muitos decidem não buscar a Deus com muita propriedade, porque se o fizerem se depararão com seus próprios erros. A Santidade de Deus é para aquele que o busca um espelho que o faz perceber quem realmente é. A motivação de Deus em tudo isto, é nos levar a romper as prisões dos pecados viciosos, é nos ver livres para lhe adorar sem peso ou fardo, ou melhor: Sem estar comprometidos com o diabo que usa de pecados cometidos, para se inserir no contexto a adoração e nos acusar diante de Deus. Nem eu, nem você precisamos temer estas situações, porque o nosso Deus cria todas as condições de nos libertar de nossas faltas. Veja Isaías, foi necessário ser tocado pela brasa viva do altar (Is. 06.07), ouvir do Serafim que Deus dispensara em seu favor, de que ele estava liberto, para que então se dispusesse. A adoração de Isaías lhe conferiu mais que a libertação lhe propiciou a relevância de um ministério profético de êxito. Imagine que você pela sua adoração, pode ser elevado a um novo nível ministerial tão visível que as pessoas que te observam passem a cogitar lá no íntimo: Ora, vejam “só"! Se for assim, vale a pena se aproximar e se relacionar com Deus.
Isto é o que eu quero: Que nossa adoração atinja o coração de Deus como resposta do Seu desejo; e que nosso Adorado Deus na Sua reciprocidade divina excedente em muito à nossa fidelidade, ache graça em nós e venha nos ungir com eficiência e fecundidade, a ponto de nossa atitude de adoração angariar maior glória a Ele por meio de nossos ministérios e da multidão de nossos filhos, desde já citados como somos: Adoradores relevantes.



E.H.S. Kyniar

Pastor da Primeira Igreja Batista em Fernandópolis
Arsenal - Ministério da Guerra
Aliança de Ministros 7001