quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sacrifício Ambulante


Eu gostaria de exercitar melhor minha confiança nas pessoas, mas a verdade é que é mais fácil eu confiar em mim mesmo. É que não acredito no sacrifício que flui das minhas convicções quando se trata da minha expectativa no que se refere ao alheio, por que cada um se sacrifica de acordo com sua idéia de sacrifício e ponto final. Veja bem, eu digo idéia e não princípio, por que embora semelhantes, farei diferença entre ambos os termos:

A idéia de sacrifício vem da noção pessoal diante do conceito real do sacrifício, o que leva o indivíduo a uma autocobrança que o exige até o ponto auge do seu entendimento ou da sua disposição. Em outras palavras, as pessoas têm idéia que estão se sacrificando baseadas no que conseguiram entender a respeito de sacrifício ou no tanto que se dispõe a se sacrificar.

O principio do sacrifício vem pela abnegação ou renúncia auto-imposta o bastante para que se atinja o objetivo desejado. Sem o resultado requerido não há sacrifício que seja aceito. Por tanto, cabe aqui ressaltar que a idéia de sacrifício é como anestesia para a dor da culpa de omissão, é como descanso para o peso da consciência e como uma desculpa que se pode alegar: “Eu fiz o que pude e já não posso mais”. Mentira do diabo! A palavra do Senhor diz que podemos todas As coisas em Cristo que nos fortalece (Filipenses 4.13); e sempre imaginamos que as maiores de nossas impossibilidades é vencer nossos inimigos, quer sejam naturais ou espirituais; sem nos apercebermos que o maior inimigo de nossas mentes, é o nosso pensamento de autopreservação que nos impede de nos doarmos mais pelos nossos próprios objetivos de vitória.

Essa idéia equivocada que de que já fizemos muito por alguma coisa, nos tira do foco e nos rouba o ritmo, a gana e a paixão de uma forma tão mórbida que nos tornamos convencidos de que nossa inércia é um reconhecimento da vida de que já fizemos por merecer um descanso... Já ouvi dizerem: “Quando o crente tira féria o inferno faz hora extra”; e muito embora seja uma analogia da classe operária dos anos 80 no Brasil, é verdadeira até hoje, e faz sentido na tua aplicação no âmbito da nossa fé e nosso ministério.

Sabe aquela síndrome do pânico? É pior, e é espiritual! É uma síndrome da desistência no meio da carreira!  Citando novamente o apóstolo Paulo, ele escreveu: Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade? (Gálatas 5 : 7) O atleta que corre sabe que deve se exigir ao máximo! Não dá pra correr certa distância e no meio da competição dizer: “Eu já corri o suficiente.”, por que qualquer que se propõe a correr sabe que só a chegada é suficiente, e nada antes disso. Esta é uma verdade que não se pode contestar, a de que da mesma forma que o corredor vai se exigir ao máximo para cumprir seu propósito, nós devemos nos levar ao extremo sacrifício para cumprir o propósito de Deus nas nossas vidas. Foi para isso que Ele nos gerou em Cristo! Para que gerados pelo sacrifício de quem não se negou em nada, possamos também semelhantes a Ele, não nos negarmos pela lei do menor esforço.

Este é o princípio do sacrifico que eu acredito e tenho tentado colocar em pratica na minha vida..  Tenho me doado pelo reino de Deus, pela sua igreja e pelas pessoas, e tenho esperado que meus companheiros de fé, da mesma forma se sacrifiquem como eu.. Ledo engano o meu! Ninguém quer se sacrificar assim... Ninguém quer deixar suas coisas para fazer as coisas de Deus; ninguém quer esquecer-se de si um pouco para se lembrar do próximo; ninguém quer buscar aprimorar-se pra suprir a carência do irmão; ninguém quer acreditar no próximo por causa do seu próprio esforço por si mesmo... Ninguém.

Quanto a mim, vou seguindo, levando a minha cruz, por que sei que esta é minha parte; e sempre na fé contra a esperança que de apenas eu, aqui, me sacrifique.


Eu? Eu sou Kyniar
Um sacrifício ambulante.