quarta-feira, 31 de outubro de 2007

AMIGOS DO NOIVO

Não é incomum verificar durante o período de louvor de nossos cultos, os músicos se entreolhando por causa da virada da "batera" ou da escala do contra-baixo, ou ainda a "entortada" do tecladista, sem falar das "voltinhas" dos vocalistas. Tudo isso faz parte da situação musical, e retirar esses reflexos dos músicos, em linhas gerais seria retirar a vida de sua musicalidade. O problema não é o sorriso, é a raiz do sorriso.Lembro-me de um tempo em que eu ainda tocava guitarra, e vou confessar: eu me esquecia da Igreja, esquecia-me até da banda, tudo que me importava era "fritar", "esmerilhar" uma escala "cabulosa" e levantar o rosto pra certificar se alguém tinha ouvido e se sorria pra mim. Eu retribuía o sorriso e no íntimo dizia "é... eu sou bom!!"Muitas coisas mudaram de lá pra cá, hoje o motivo do meu sorriso é minha experiência com Deus e não com a música que canto ou venha a tocar.Existem muitos levitas que só estão na Igreja para tocar; desconhecem a motivação espiritual de ministrar para Deus uma música que retrate genuinamente o louvor e a adoração.Foram músicos como Marcos Witt e Ron Kenolly que me passaram através de suas músicas um direcionamento diferente, um posicionamento humilde, romântico e intercessor. Aprendi que eu não era o ícone do louvor, nem tão pouco da adoração.Hoje o meu posicionamento está embasado no livro de João, capítulo 3, versículos de 22 a 36, especificamente o versículo 29. João não se deixou ser tentado a reter o que Deus lhe confiou por um tempo. Ele sabia que preparava o caminho do noivo, como você e eu preparamos o caminho para a manifestação da glória de Deus com o nosso louvor.Os discípulos de João são como aqueles que nos elogiam; e, se não tomarmos cuidado seremos levados a competir com Jesus, como quem vê a Igreja não como a noiva de Cristo, mas como o seu auditório cativo, como um fã clube com carteirinha.Certa vez eu ministrava em uma igreja e Deus havia nos dado uma palavra em I Crônicas 13 com o título "A Busca". Davi decidiu buscar a “Arca do Conserto” e isso implicava na nossa busca da glória de Deus com concordância (I Cr. 13:4) com temor (I Cr. 13:12), com lugar preparado (I Cr. 15:1) e com santificação (I Cr. 15:14). Depois cantamos uma adoração que levou a Igreja a se prostrar. Eu tocava violão e cantava quando fui percebendo a Igreja sendo levada a experimentar a real presença de Deus de uma forma que eu não podia mais conduzir o desenvolvimento da música. Era uma parte em que a canção sofria várias modulações no tom, enquanto se cantava "Aleluia!". Eu parei de tocar. Tentei continuar ministrando, mas percebi que era desnecessário. Deixei o microfone, tirei o violão e fui adorar no meio da congregação.
Naquele momento eu estava me sentindo como João Batista; como amigo do Noivo me alegrei com a presença do noivo. Eu fiz minha parte.
Ah! Felizes aqueles que podem ministrar para a noiva sendo assim: Amigos do Noivo.

Por E. H. S. KyniarPastor 1ª Igreja Unida em São Mateus - unidarevamor@superig.com.br
Ministério Unido de Louvor Adoração & Artes – kyniar@ig.com.br

Postado no site da Convenção Unida Brasileira em 2006
http://www.igrejaunida.com.br/v2/mensagens/mensgens.asp?id=39

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