quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Uma Reflexão Atípica Sobre a Amizade


Entre Amigos
Dizem que há uma espécie de orquídea que é parasita... Mas no caso da orquídea pelo menos, a raiz dessa flor nada extrai da planta que lhe dá guarida. Isso por que não faz parte da classe das herbáceas que subsistem do parasitismo; faz, no entanto, parte do grupo das epífitas. Neste caso então, o outro vegetal não é outra coisa senão um suporte para que as raízes da orquídea possam ter mais acesso à luz e a elementos ou substâncias expelidos pelas folhas das árvores, que possam prover o carbono, o nitrogênio e o hidrogênio, coisa que se estivesse no solo não teria, e enfim, morreria.
Não sei se a coisa é mesmo assim, mas imagino que lá no universo da vida vegetal, os ventos da oportunidade trouxeram polens de orquídea, e neles, a possibilidade de um futuro convívio entre diferentes plantas. Sabemos que num ambiente das florestas tropicais e da mata atlântica, há uma concorrência pela luz do sol, essencial para a fotossíntese; é neste ambiente de luta por um lugar ao sol que as plantas parecem se ajudar mutuamente. Assim, se por um lado é bom pra essa espécie de orquídea o suporte vitalício na “amizade” de outra planta, para esta tal planta, é bom apresentar no seu modo, a beleza agregada natural da “amiga” orquídea.
De igual forma, já vi muita samambaia num Xaxim... Na verdade, embora singularmente belo o xaxim ou a samambaiaçu como também é conhecido, é oportuno como suporte e substrato para uma diversidade de plantas epífitas, entre elas as orquídeas, bromélias e outras samambaias. Mesmo na flora silvestre onde a mão do homem não incidiu com cultivo, onde há o xaxim, há indício de vegetação anexa; pode-se dizer que o xaxim nunca está só, e que sua existência é vista mais em função de outra planta do que por si próprio.
O Xaxim é contado entre as espécies da flora em extinção, fato de que é devido à sua associação com outras plantas; mais do que por vias naturais, o homem passou a extraí-lo em função de finalidades da estética e da ornamentação de ambientes metropolitanos. Mesmo contra sua própria existência. O xaxim continua com a mesma natureza: aberto a abrigar a esperança de sobrevivência de seus semelhantes e distintos.
A amizade verdadeira também é assim; se faz suporte, demonstra solicitude ao invés de beleza; um amigo não se importa de ser o fundamento dos que ama. Como um galho ou toco na relva ou no jardim, faz do seu suporte amizade propícia para que a beleza natural daquele o qual chame de amigo ou próximo, seja demonstrada e admirada. Levando em consideração a existência sempiterna de uma entidade legítima e plena na eminência do cosmo, podemos crer que sua manifestação como Deus, provedor de toda a sustentação do universo que se compreenda ou não, mas ainda que imensurável e inimaginável como um ser existente, sua auto-revelação aos homens é sinal de uma honrosa e singular amizade. Um princípio a ser observado que denuncia na sua divina natureza, a amizade e solicitude.
Vejamos como no Éden, quando Deus caminhava com Adão na virada do dia, estava dando a oportunidade ao homem de vivenciar o ser a coroa da criação; todo dia a conduta de Deus com aproximação e amizade, era a de ser o suporte para que desabrochasse a orquídea espiritual do Seu jardim. Coisa semelhante se dá no relacionamento de Deus com Enoque que andou com Ele, desenvolvendo–se de tal forma que não pode mais ser neste espaço e neste tempo; Enoque foi levado da terra para compor um ornamento espiritual e como uma orquídea, foi coletado pelo seu cultivador. Deus, mesmo sendo quem sempre é, fez-Se amigo acessível e postou-Se de suporte para que a frágil raiz humana viesse a ter esperança de crescer e honrá-Lo.  O primeiro e o melhor de todos dos jardineiros, plantou o homem num jardim e regou-o com a estrutura e a vitalidade de Sua amizade.
Deus, não poupou nem mesmo a satanás que se apresentou depois de rodear a terra; ali, Deus arranca do inimigo os louvores e a confissão de honra que Lhe eram devidos pela vida de Jó. Agora Deus podia deixar a condição de suporte e posar com um jardineiro de êxito: Jó era uma orquídea que correspondeu ao suporte de Deus e é por isso que Deus resolve investir mais atenção neste servo:
Jó não buscava a Deus por necessidades, afinal, era um homem próspero; sua relação com Deus era de amizade e co-existência.  Jó não sabia existir sem Deus. Pode até existir sem filhos, bens e propriedades, mas a beleza de sua vida estava anexada ao sustentáculo de Deus; como uma orquídea que se percebeu sem algumas raízes, quase arrancada do seu suporte, deliberou não abrir mão do ainda recebia e sobreviveu para conhecer seu Deus mais profundamente do antes já conhecia.
Um amigo verdadeiro se reporta em fidelidade segundo a expectativa de Deus. Sendo assim, eu por minha vez, prefiro ser o arbusto para que a flor da glória de Deus brilhe para o que me olham; quero ser o xaxim onde os ramos da natural oliveira possam liberar unção.
Jesus mesmo disse: "Já não vos chamo mais de servos, mas sim de amigos..." O noivo procura por amigos que diminuam enquanto ele cresce! Como policio minha alma para ser leal na minha amizade para com Deus! Difícil mesmo, é entender que os amigos do noivo sabem ver o noivo no semblante de Seus amigos; por que o Noivo tem muitos amigos!
Graça e Paz!
Pr. E.H.S. Kyniar

3 comentários:

Ronildo disse...

"Não existe nada melhor do que ser amigo de Deus"...
Linda a Reflexão..

Ev. Cleberson disse...

"De fato o homem não foi criado para viver só e sim depender e viver dessa linda amizade de Deus..."

E.H.S. Kyniar disse...

Culto do Amigo.. cerca de 70 visitantes ou mais, e registrados, são 37 conversões! São 15,61% de aproveitamento de 237 convites pelo menos, e mais de 50% dos visitantes presentes! Isso prova que estratégia, criatividade, oração e jejum dão resultados surpreendentes! Glória a Deus!